Sunday, 10 February 2013

Festa Morango e Champagne


Mais uma das grandes produções do Jorge.

Estava de vestido vermelho, “supé chique”, circulava por entre os convidados, conversando aqui e ali. Ao aperceber-me que o Zé está sentado num sofá, junto-me a ele. Comento: “faço-te companhia num cigarro”. Íamos conversando enquanto fumávamos. Em frente, o cinzeiro, á direita de uma uma enorme taça de patê. Quando queria deitar a cinza fora, tocava com a mão na taça, e o Zé, puxando-me a mão, dizia-me: “Maria. É mais para a direita”. E eu obedecia. Aconteceu duas ou três vezes, a partir das quais eu lhe expliquei que sabia, mas que tocava na taça para me situar. Depois, era uma questão de deslocar a mão para a direita, até encontrar o cinzeiro. Continuámos à conversa, esfumaçando, e agora, podia fazer livremente os movimentos até chegar ao cinzeiro. Quando acabei de fumar, fui para apagar o cigarro. Mais uma vez, dirigi a mão para a taça do patê, e espetei com o cigarro dentro deste. Ouvi o sorriso do Zé. Exclamei: desculpa! Esqueci-me. O que é que eu faço agora? Ele respondeu: Não sei. Há pouco, estavas toda comichosa com a minha ajuda, agora, não sei o que fazer. Entre o “vá lá” e o “não sei”, pensei que o Zé ia salvar a situação. Na manhã seguinte, oiço o Jorge exclamar: “Esta gente mete-se a beber, e depois só faz merda! Grandes estupores! Até o cigarro apagaram na taça do patê”. Corei que nem um pimento, amaldiçoei a minha sorte, e “supé” envergonhada disse: “Jorge, Fui eu. Mas juro que não foi de propósito”.


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