Mais uma das
grandes produções do Jorge.
Estava de
vestido vermelho, “supé chique”, circulava por entre os convidados, conversando
aqui e ali. Ao aperceber-me que o Zé está sentado num sofá, junto-me a ele.
Comento: “faço-te companhia num cigarro”. Íamos conversando enquanto fumávamos.
Em frente, o cinzeiro, á direita de uma uma enorme taça de patê. Quando
queria deitar a cinza fora, tocava com a mão na taça, e o Zé, puxando-me a
mão, dizia-me: “Maria. É mais para a direita”. E eu obedecia. Aconteceu duas ou
três vezes, a partir das quais eu lhe expliquei que sabia, mas que tocava na
taça para me situar. Depois, era uma questão de deslocar a mão para a direita,
até encontrar o cinzeiro. Continuámos à conversa, esfumaçando, e agora, podia
fazer livremente os movimentos até chegar ao cinzeiro. Quando acabei de fumar,
fui para apagar o cigarro. Mais uma vez, dirigi a mão para a taça do patê, e espetei com o cigarro dentro
deste. Ouvi o sorriso do Zé. Exclamei: desculpa! Esqueci-me. O que é que eu
faço agora? Ele respondeu: Não sei. Há pouco, estavas toda comichosa com a
minha ajuda, agora, não sei o que fazer. Entre o “vá lá” e o “não sei”, pensei
que o Zé ia salvar a situação. Na manhã seguinte, oiço o Jorge exclamar: “Esta
gente mete-se a beber, e depois só faz merda! Grandes estupores! Até o cigarro
apagaram na taça do patê”. Corei que
nem um pimento, amaldiçoei a minha sorte, e “supé” envergonhada disse: “Jorge,
Fui eu. Mas juro que não foi de propósito”.
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