Tuesday 26 February 2013

A frankenbengala

Vinha a sair do meu local de trabalho quando fui literalmente atropelada por um tanque de guerra de 2 pernas. Olhou para mim, e perguntou de uma forma muito desagradável: “Não vê?!”. Ao que eu respondi: “Não. Por acaso não! Qual é a sua desculpa?”. Não obtive resposta. Percebi então que me tinha partido a bengala, ao tê-la pisado. Perguntei se se responsabilizava pelo acto. Mas era atirar pérolas a porcos. Já ia longe. Deixara-me a falar sozinha. Pensei: “O que se faz quando ficamos sem o nosso veículo de locomoção?”. Pedimos boleia. Foi o que fiz. Vim de boleia, de braço dado com uma senhora simpática, que me deixou na paragem de autocarro. O Pedro foi-me buscar à paragem perto de casa. Chegados, apercebemo-nos que não tínhamos segmentos intactos para reparar a secção partida. A única coisa que tínhamos, eram os restos mortais de uma bengala telescópica, tão frágil, que se partiu na primeira semana. Como criatividade não nos falta, decidimos juntar os dois restos de bengalas totalmente diferentes com fita isoladora. Quase perfeito! Dava para fechar a parte de cima (telescópica),e dobrar a parte de baixo (segmentos). O pior era andar com ela, porque a ponteira, cada vez que tocava no chão, parecia uma mola, aos saltos. E lá fui eu, “toing”, “toing”, a caminho do emprego. A minha sorte foi que alguém percebeu que eu estava em apuros, aproximou-se de mim, e perguntou: “precisa de ajuda?”. Balancei a bengala à frente dela, e perguntei-lhe: “o que lhe parece?”. Rimo-nos da situação, e deu-me boleia, de braço dado. Quando em segurança, liguei ao Pedro, e disse-lhe: “a frankenbengala portou-se mal. Não é de fiar. Não consigo sair daqui sozinha logo à tarde.” A “frankenbengala” encontra-se rigorosamente guardada como recordação.”



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