Regresso da praia, ao fim da tarde. Ao longe, ouvimos
música. Esta, conhecemos bem. Ou assim pensamos. Disse: “Olha Pedro. Madonna”.
E começo a cantarolar: “na na na na na na na… donde estas juanitaaa”. O Pedro
parou. Petrificou. Esganou-se todo, e perguntou: “o que é que disseste?!”-
Então, Pedro. A música da Madonna: Donde estas Juanita. Não conheces?!” Escusado
será dizer que se cagou a rir! E ainda me pergunta: “estás a falar a sério?!”
Fiquei preocupada. O que é que eu tinha dito de mal?! Com pezinhos de lã,
comecei a tentar perceber.: “estás-te a rir do quê? Disse alguma coisa de mal?”
Sem conseguir falar, continuava a rir, sem parar. - Estás a falar de “La Isla
Bonita”? Senti-me uma criança de 5 anos, apanhada a roubar um chupa-chupa. Meu Deus.
Com era possível?! Toda a minha vida a pensar que a canção era dedicada a uma
espanhola Juanita., E eu ali tão pequenina na minha ignorância, ao lado de um
gajo tão bom em línguas. Que vergonha. Nunca mais iria ser capaz de olhar para
ele. Continuamos a andar, de mãos dadas. O Pedro, escancarado a rir. Pensava:
vou-lhe largar a mão. Não quero saber. Mas depois reflectia: Se lhe largo a
mão, não vejo o caminho. Tinha que acabar com o gozo. Simulei um amuo. Ele
abraçou-me e beijou-me. Disse-lhe: não sei o que viste em mim. Ele responde:
“tu és única”. – Só se for na parvoíce, respondo. Ele remata: “és a única
pessoa que conheço a interpretar Madonna dessa forma”. Rimo-nos e seguimos
caminho.
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