Ao som das 12 badaladas, na Puerta del Sol a comer uvas
frescas e a beber Champagne, eu e o Jorge,
ainda tínhamos os bolsos cheios de passas de uvas e pinhões, além de uma imensa
vontade de dançar pela noite dentro. Depois de emborcar o resto do flute, corremos para a zona das
discotecas, onde já alguns amigos se encontravam e onde iríamos aguardar pelo
resto do grupo. Tudo parecia bem: o meu vestido “cai-cai”, os meus saltos
altos… bem, mais ou menos. Um deles partiu-se, e tive que andar o resto da
noite com um “salto virtual”. Mis tacones
lejanos nó me han estropeado la noche. Dancei até ao amanhecer. Percorrendo
a Gran Via em direcção ao Metro, o meu salto virtual continuava “firme e hirto”
até que cheguei às escadas rolantes. Como prefiro entrar sozinha nas escadas e
o Jorge me estava a agarrar, repeti uma frase que tinha ouvido algumas vezes
nesses últimos dias: “el hombre que no me
deja. Deja-me hombre!”. Remédio santo! O Jorge largou-me. Ao entrar nas
escadas, desequilibrei-me e caí para cima do corrimão. Parecia um automóvel
desgovernado, com as gadelhas todas nos olhos. Retomei a compostura, saí das
escadas, e comentei: “Se é para dizer alguma coisa em estrangeiro, convém que
faça sentido”.
Feliz Ano Novo!
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